Um alerta para redobrar os cuidados, pois o diagnóstico precoce
aumenta a chance de cura
Nos últimos meses, alguns casos de câncer de intestino em pessoas famosas foram noticiados e, pela notoriedade e a brevidade da divulgação entre os diagnósticos, foi emitido um sinal de alerta para a população em geral, principalmente adultos, a partir dos 40 anos.
O caso mais famoso entre eles foi do rei do futebol, que tratava o tumor desde setembro de 2021 e a notícia de sua morte foi mundialmente divulgada. Exemplos ainda como Preta Gil, a cantora Simoni e o ídolo do Vasco, Roberto Dinamite fez com que os brasileiros voltassem o olhar para um aumento na prevalência dos casos em adultos jovens.
Essa doença se desenvolve no intestino grosso e é denominada de câncer do cólon e do reto. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) registram, no Brasil, 40 mil novos casos de câncer colorretal por ano. Ele é um dos tumores mais frequentes na população brasileira, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma e dos tumores de mama e próstata.
“Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos). É seguido pelo de mama feminina (10,5%); depois, próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).”
Se, no passado, esse tipo de tumor afetava, predominantemente, pessoas acima dos 50 anos, atualmente, a idade já não é o fator de risco mais preponderante. De acordo com um estudo de 2021 da American Cancer Society (ACS), a incidência do câncer de intestino entre jovens está aumentando. O diagnóstico em adultos de 20 a 39 anos vem crescendo anualmente entre 1% e 2,4%, desde a década de 1980.
A pandemia também tem afetado profundamente os diagnósticos e tratamentos de câncer. As colonoscopias (exame para saber a saúde do órgão) por exemplo, diminuíram 90% em 2022.
Quais são as causas do câncer no intestino?
O câncer no intestino possui mecanismos de carcinogênese (como se forma o câncer) bem definidos, com uma série de alterações genéticas na mucosa do intestino.
É um tumor que se desenvolve lentamente e de forma silenciosa, principalmente, a partir dos 50 anos. Isso acontece devido a formação dos pólipos, que demora cerca de 10 anos e eles podem se tornar malignos à medida que o tempo passa.
Quais fatores aumentam o risco?
- Fatores hereditários:
Os fatores hereditários podem ser considerados para a ocorrência desse tipo de câncer, e o histórico familiar pode apontar pessoas que fazem parte do grupo com as maiores chances de desenvolver a doença, porém, esse tipo de tumor também está ligado a fatores externos e ambientais como obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo exagerado de álcool, entre outros.
- Má alimentação:
Os maus hábitos alimentares, em especial, ao consumo excessivo de produtos industrializados, carnes processadas e vermelhas, gordura de animais e alimentos ultraprocessados. Além disso, dietas pobres em fibra, como frutas e vegetais, também contribuem para o aumento do risco.
- Obesidade:
Assim como em vários outros tipos de câncer, o excesso de gordura corporal é apontado como um dos fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer no intestino. Esse excesso provoca uma série de inflamações e aumento dos níveis de alguns hormônios que contribuem para o desenvolvimento de células cancerígenas.
- Outros fatores:
Alguns outros hábitos também contribuem para a incidência do câncer de intestino, como a falta de exercícios físicos regulares e o consumo de drogas, como o cigarro e o álcool.
Outro ponto importante é que algumas doenças inflamatórias do intestino, como a retocolite ulcerativa, aumentam o risco de câncer, assim como outras doenças hereditárias também podem contribuir para a sua incidência.
Doença silenciosa
O câncer do intestino também é conhecido por ser uma doença silenciosa, pois, muitas vezes, não apresenta sintomas no início. A falta de sinais precoces pode dificultar o diagnóstico e o tratamento da doença.
Quais são os sintomas mais comuns?
- Cólica ou dor abdominal;
- Sensação de fadiga e fraqueza;
- Alteração nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que perdura por alguns dias;
- Mesmo após a evacuação, não há sensação de alívio, parecendo que nem todo conteúdo fecal foi eliminado (sintoma especialmente sugestivo nos casos de câncer de reto);
- Sangramento retal (o sangue costuma ser bem vermelho e brilhante);
- Presença de sangue nas fezes, tornando sua coloração marrom-escura ou preta;
- Perda de peso sem motivo aparente.
No entanto, esses sintomas também podem ser causados por outras condições, o que torna ainda mais importante realizar exames regularmente.
Para a proctologista Luciana Barbosa, “o maior desafio para enfrentar a doença é a conscientização da importância do diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento, para isso, é preciso manter os exames sempre em dia e, mesmo sem qualquer sinal, procurar o médico especialista a partir dos 45 anos”, explica Luciana.
Prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para vencer a doença
Atualmente, com os avanços da medicina e dos conhecimentos sobre a prevenção do câncer no intestino, existem muitas possibilidades de vencer essa doença. É possível, por meio de exames como a colonoscopia, identificar a presença dos pólipos precocemente e retirá-los, aumentando a chance da doença não se desenvolver.
Outro ponto importante é avaliar o histórico familiar desse tipo de câncer. Quando há parentes de 1º grau, como pais ou irmão com a doença, o exame de colonoscopia deve ser realizado mais precocemente.
A colonoscopia é um exame recomendado para pessoas acima de 45 anos ou com histórico familiar de câncer do intestino. É importante estar atento a qualquer sinal ou sintoma suspeito e procurar ajuda médica imediatamente, pois isso diminui as chances de ter câncer intestinal.
Tratamento contra o câncer no intestino
O câncer colorretal é uma doença tratável e frequentemente curável. Como opções de tratamentos, dependendo do tamanho do tumor, pode ser via colonoscopia, com a ressecção do tumor ou, em outros casos, em tamanho e profundidade maior, há necessidade de intervenção cirúrgica, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdômen. Demais alternativas incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor. Apenas um médico especialista poderá dizer qual o melhor caminho a seguir.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.
Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de possíveis recidivas ou novos tumores.
Vale lembrar que o câncer é uma doença complexa, que pode exigir abordagens diferentes de caso a caso. Por isso, toda a definição do tratamento, bem como das condutas terapêuticas e do tipo de cirurgia realizada, depende do momento da detecção da doença. Não adie o exame preventivo. Pergunte ao seu médico o que é mais adequado para você.
Sobre o Instituto Prata de Ortopedia e Especialidades
O INSTITUTO PRATA DE ORTOPEDIA é muito mais que uma clínica especializada, mas sim, um verdadeiro centro médico de excelência que atende cerca de 20 especialidades visando o bem-estar, comodidade e o tratamento integrado especializado em diversas áreas da saúde.
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Sempre oferecendo soluções em atendimento de forma HUMANIZADA utilizando TÉCNICAS AVANÇADAS da medicina, com competência, ética e resolutividade. Esses são os princípios os quais norteiam o INSTITUTO PRATA.
Sobre Luciana Barbosa, Proctologista
Especialista em Proctologia | Cirurgia Geral | Endoscopia
• Membro da Sociedade Brasileira de Endoscopia — SOBED ;
• Membro da sociedade brasileira de Gastroenterologia — FBG;
• Pós-graduada em Cirurgia Coloproctologia: Servidor Estadual de SP;
• Residência médica em cirurgia Geral: Hospital Bandeirantes;
• Residência médica em endoscopia e colonoscopia: Hospital das Clínicas/USP;
• Especialista em Endoscopia e Colonoscopia pela Sociedade Brasileira de Endoscopia — SOBED;
• Graduada pela Universidade de Medicina do Vale do Sapucaí — UNIVAS
